quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mito ou ilusão?

Escrevo porque sinto um tremor dentro de mim que me obriga a divulgar todo o género de emoções e sentimentos que percorrem o meu ser… privilegiado estou devido a um contentamento interior que me autentica na escrita. Dou asas às palavras à medida que os pensamentos nascem e dão seguimento a outros passados.
De um passado digno me orgulho, um presente duro mas seguro, um futuro vou construindo segundo após segundo.
Deposito sentimentos num cofre cuja fechadura se mantém inviolável.
Mantenho-me acordado conforme as experiências, quem me dera a mim poder estar num sono profundo e apenas poder sentir o que de especial tem este mundo. Deposito nas fiéis palavras, os desejos e emoções que me assombram o espírito, são seguidoras desta estranha doutrina que tenho e mantenho sempre que respiro. Tenho fé… fé num mundo meu, em que impera um amor verdadeiro, uma alegria contagiante, uma paixão desenfreada por outrem, é a minha religião… uma religião com imensos seguidores, uma religião comum a qualquer outro que deseje no mínimo ser feliz como eu desejo. Mantenho-me desta forma fiel a este sonho, ainda que por vezes, desperto e ansioso a cada conhecimento que travo mas nestas questões a busca não é a demanda ideal, surge quando menos se espera… num breve olhar, num breve suspirar recíproco e ofegante. Antes de mais um acordar, permaneço inerente a esta fábula com um final infeliz dentro de uma felicidade muito própria… constantemente contrastando, persigo na mesma uma ilusão cada vez mais utópica e mistificada. Necessito de acordar… viver e despertar para uma realidade dura e rica em dissabores e outros sabores que tais, sabem bem… que provam a essência de quem sou, menino no seu leito, adolescente quando se apaixona… adulto quando chora.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mulher Alentejana

Cheia de força, querer, ambição, fibra,
Mulher que olha ternamente,
Mulher que treme mas não cai,
Mulher que chora mas não cede,
Mulher que ri com a alma,
Mulher que vê luz quando há escuro,
Mulher que acolhe, sente, gosta de dar,
Mulher que não olha a meios para ajudar,
Mulher calma e sincera,
Mulher honesta e meiga,
Mulher que labora o campo,
Mulher que vive a família,
Mulher que ama cegamente,
Mulher que sendo MULHER torna-se única e ímpar,
Que de orgulho me enche enquanto Homem,
Que me remete a uma pequena pequenez
Tal o tamanho de seu carácter e força,
Mulher que parece Ulisses,
Mulher hercúlea e Diana no seu leito,
É assim a mulher alentejana.

Hábeis...

A habilidade está na nossa génese, nasce connosco, nasce em cada ser. Uns mais que outros é certo, no entanto, a mesma por vezes está meramente à espera de ser descoberta, está à espreita que chegue o seu tempo e lugar. Animais somos, uns racionais outros irracionais, no entanto a irracionalidade de outros é a racionalidade dos demais e nisto, os chamados "animais" na natureza são sem dúvida os mais hábeis e notáveis a considerar. Todos os dias travam lutas hercúleas tendo a sina da sua própria sobrevivência como estigma, destemidos e sem armas utilizam apenas as suas hábeis forças, o seu espirito de guerreiro intrínseco a cada um. Paralelamente, numa outra dimensão ou não, o mundo interno que nos distingue, luta também ele bravamente todos os dias contra uns que, por vezes, fazem-na tornar mesquinha e pequena. Hábeis guerreiros temos de ser para combater o cinismo e inveja que impera a cada passo que se dá no qual a ausência de um positivismo, sinceridade, cumplicidade perde o seu espaço. Borboleta... ganha asas e voa para onde o espirito te leva!
Sejamos assim!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Arquitecto de um sonho...

A timidez que me caracteriza deixa-me por vezes sem reacção... Com medo de expressar o que sinto, as emoções que surgem naquele momento. Cada sorte que se vive temo em segurar, e se a mesma não se conseguir tento ir em busca.
Quando te vejo ali... desnudo-te com os meus olhos, não consigo desviar o olhar, não consigo prender-me a qualquer outra emoção senão a de te sentir junto a mim. Sentir o teu cheiro, o teu aroma, o teu pedaço de ser contra o meu corpo.
Exulto-me quando surges, sinto-me cativo da tua presença... a tua palavra colada à minha perfazendo um perfeito poema, ainda que momentâneo... Grito bem alto no silêncio dos nossos olhares, cada linha do teu corpo me faz sonhar, vibrar com o desconhecido que se vai desenhando toque após toque... os teus longos cabelos negros e sedosos tocam no meu peito lentamente à medida que as nossas mãos se vão conhecendo... A tua pele suave refugia-se na minha... Vibro ofegante com a tua respiração junto do meu ouvido perseguindo o toque das minhas mãos no teu pescoço nú e virgem, sensível ao meu tacto... Fazes-me sonhar e imaginar um toque nos teus lábios... sentir o teu leve suspiro junto de mim... com um olhar penetrante, harmoniosamente cativo do meu, fico prisioneiro... preso a uma cumplicidade existente num momento, num raro momento.
Desejos que mantenho mas que ficam náufragos numa ausência temerosa, fortuita, insegura sem uma face ou um olhar correspondente... A solidão torna-se assim presença assídua numa alma plena de vida, camuflada apenas por uma alegria escondida num lar de sentimentos guardados e recalcados.
Estados de espirito que vagueiam diariamente neste rio...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sofrimento saudável

Sofrer faz parte do ser humano...
Faz parte do crescimento que, por vezes, se assume instável, inconstante cujas razões se prendem precisamente pelo sofrimento existente.
O crescimento de alguém, dum ser, não se mede meramente em centímetros. Os mesmos que, por vezes faltam para que nos destaquemos na sociedade, são compensados no interior... Na personalidade de cada um, no carácter do uno que somos.
Sofrer por vezes é bom, é saudável porque faz com que nos apercebamos de que a realidade é outra e não pintada de rosa como se de um arco-íris se tratasse. Convém sofrer direi mesmo, é necessário sofrer para que, cada um de nós, cresça interiormente e assim compensar todos aqueles centímetros que faltam.
Sofrer é tão-somente chorar, desabafar, criar sentimentos díspares em relação a uma ampla diversificação de factores e acontecimentos que se vão desencadeando à medida que o tempo desempenha o seu papel.
O sentimento que nos assola dia-a-dia, em relações quotidianas que obtemos e vamos obtendo à medida que um dia ultrapassa o anterior, faz com que certos automatismos, rotinas, persistam no seu leito necessitando desta forma de um incentivo à quebra da mesma.
As boas e más experiências têm o seu lugar inequívoco na vivência de cada um, o segredo está em saber retirar algo positivo de qualquer uma. Obviamente que nas boas se revela mais simples, no entanto, será que é possível retirar algo mais das boas?!
Certamente que sim, enquanto que nas negativas poderá tornar-se um desafio difícil de ultrapassar ao qual só uma frieza e distinção eximia de sentimentos antagonistas, faz com que cheguemos ao cerne da questão.
De que vale chorar, derramar lágrimas por alguém que não as merece?! De que vale criar saudade de uma ausência provocada por egoísmo?!
Questões que se devem ter em consideração antes da primeira lágrima cair, antes que qualquer acto fraco preceda o anterior. Não conseguimos mandar no coração, a razão não consegue falar mais alto por mais que tentamos. A dor provocada estimula diversos tipos de comportamentos os quais não estamos habituados a ver. Obviamente que está dependente de cada um, mas não será mais simples abstrairmo-nos de tudo e olhar para o lado?! Não será mais simples deixar o esquecimento tomar conta da mágoa?!
O carácter e personalidade que nos distingue, oferta diversos estilos de vida e formas de estar na sociedade. Constantemente somos rotulados, a aparência, o aspecto transformam-se em armas para um sucesso que, por vezes efémero, faz valer do olhar o sentido mais importante para o atingir.
A crítica e sátira existente no meio social, consegue na maioria dos casos, alterar o comportamento de cada um de nós. O espelho social em que vivemos torna-se cada vez mais turvo porque só conseguimos ver o que é apresentado e o nosso desejo acaba por ficar para segundo plano, transformando dessa forma as expectativas individuais que se vão obtendo, deslocadas e inconsequentes.
Existe portanto a necessidade de satisfazermos a nossa vontade exprimindo um sentimento recalcado que se extravasa no âmago de um gesto.
Por tudo isto... é conveniente afirmar que afinal de contas saber sofrer é um desafio... e futuramente veremos que se tornou num sofrimento saudável.

sábado, 10 de outubro de 2009

Laços...

Tudo o que é negado não pode ser sentido. Tudo o que é oferecido não merece o mesmo gosto e prazer. Tudo o que é proporcionado é revelado no íntimo.
A amizade é grande, enorme e consegue desbravar caminhos que o próprio destino desconhece... Que os momentos não oferecem e que passam por meros sonhos, sonhos esses que se tornam reais quando a realidade existente passa para segundo plano.
Porque o homem sonha e nada teme, porque o sonho esse não paga imposto nem segurança social, sentimo-nos livres e descomprometidos nas asas do tempo e na segurança do nosso mundo.
Porque a diversão necessita de se alimentar e o ódio de se negar, o caminho por nós percorrido faz com que o crescimento se torne sólido e invulgar, caracterizado somente pelas qualidades e defeitos de cada um... cada qual à sua maneira e estilo. O sentimento cresce à medida que o conhecimento vai tomando o seu lugar na ampulheta da vida o que faz com que esta corrida contra o tempo se torne ímpar e efémera devido às circunstâncias e obstáculos que vão surgindo pela frente. Resta o apelo à nossa força interior e mental para que o mesmo se torne menos complicado, ajudando desta forma a desbravá-lo como se de bravos nos tratássemos.
Sois bravos, sois guerreiros, sois hercúleos e à vossa maneira vão marcando a vossa presença nesta pessoa… por tudo isto vos agradeço a amizade demonstrada e cativa do meu reino...
Obrigado!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Âmago amargo...

Deixo-me levar pela emoção quando te vejo... Recito-me através de um profundo olhar, sôfrego me sinto quando o teu olhar me corresponde. A busca pela qual me proponho tem o seu leito num sorriso teu... Puro devaneio talvez, no entanto nada importa mais quando me tocas... Quando me austentas uma liberta timidez através de um toque mais forte... Uma leve pancada no meu corpo.
As palavras valem o que valem, os actos falam mais alto por tudo o que existe e conheces... Tento incessantemente compreender o motivo, o porquê de um assustador silêncio que me consome quando longe de TI fico... Será que sou assim tão diferente do que austentas? Será que sou assim tão estranho e indiferente? Será que não persigo o mesmo objectivo? Não sei... Só TU conseguirás responder e dar voz a estas questões que me consomem.
A alegria que me caracteriza, que me contagia o corpo... Que faz desaparecer ou camuflar qualquer tristeza que possa existir, tende a desaparecer...
Sinto-me um inútil, um prisioneiro deambulante que saltita de rotina em rotina sem porto que me possa abrigar e acolher... Qualquer espécie de sentimento que nutro pelo desconhecido, perde o seu lugar sem sequer ver um brio, tomar uma cor ou um olhar... Ambíguo me sinto quando forças não tenho para atravessar um destino destemido... Reticente fico por um passado doloroso, eficaz em experiências e histórias com um final infeliz...
Arrependimento sinto por tudo aquilo que não tive coragem de sentir e oferecer...
Olho para TI e tudo ganha maior significado, a inutilidade à qual apregoo deixa de existir quando ao TEU lado estou... Confuso me deixas com as incertezas que guardas, através de um passado semelhante e infeliz...
Um sofrimento confuso e profundo, como todos o são e guardam. O tempo assim o torna.